Herbário de Cor - Oficinas de Primavera - Serviço Educativo SMS
A PAIXÃO EM GUIMARÃES
A Sociedade Martins Sarmento integra, uma vez mais, a iniciativa "Da Quaresma à Páscoa" que celebra este período do ciclo pascal em Guimarães e que inclui, entre outros eventos, o percurso expositivo "A Paixão em Guimarães".
Ao visitar-nos, vai poder observar, três gravuras - Mater Dolorosa; Senhor Jesus da Consolação e Senhor Jesus dos Prodígios - gravados por Francesco Bartolozzi.
"A Paixão em Guimarães" é uma exposição temporária que apresenta 42 peças de elevada qualidade artística relacionadas com a Quaresma e que pode ser vista através de um percurso pelas igrejas, museus, oratórios e Passos da Paixão existentes na cidade.
São 18 locais diferentes de um itinerário que o visitante pode realizar de forma livre entre os dias 15 e 30 de março, de terça a domingo das 10h00-12h00 e das 14h00-17h00.
A entrada para ver as peças que fazem parte desta exposição é gratuita.
No ano de 2024, assinala-se uma data de especial relevância no contexto português: a comemoração dos 50 anos do 25 de abril de 1974. Aproveitamos esta data simbólica para dar continuidade aos concursos de ilustração e de crónica da primeira edição, da 9 | Revista de Guimarães Júnior, no espírito dos principais objetivos desta publicação periódica: estimular a participação ativa do público escolar na construção da revista, optando por temas que instiguem a reflexão.
A cerimónia de entrega de prémios dos concursos de ilustração e crónica, realiza-se no próximo dia 16 de março, pelas 16 horas, no Salão Nobre da Instituição.
TRAÇO CONTÍNUO
José Paulo Ferro, NOV. 2023
A exposição de José Paulo Ferro (Alcobaça, 1955) resulta de um encontro de dois ciclos do seu trabalho que, em parte, puderam ser vistos em Guimarães em 2004 e 2009 sob os títulos “A Solidão das Árvores” e “Excuse Me While I Kiss the Sky,” na Galeria Gomes Alves. Estes trabalhos, realizados desde os anos 90 do Séc. XX, permitiram-lhe fazer agora uma espécie de arqueologia que resultou no reencontro com os desenhos que levaram à construção do contínuo que vai ser exposto na parede maior da galeria, formando uma antologia do seu trabalho de desenho nos últimos 30 anos.
Os desenhos mais recentes, ainda céus como em 2009, mas também sofás, devem bastante às quarentenas da pandemia de Covid 19, aos isolamentos nos sofás de nossas casas e à recuperação desses outros écrans que são as janelas que, no seu caso, lhe permitiram ver tantos e tão desafiantes céus.
Passada a pandemia entrou a Humanidade(?) numa série de guerras que lembram algumas frases dos poemas de David Byrne usadas nalguns desenhos que integrarão a exposição como: “It´s okay to be afraid” ou “the sound of gun-fire, of in the distance, I´m getting used to it now”, escritas há mais de 30 anos, mas com uma actualidade que permanece evidente e triste.
Através do desenho, da fotografia ou da pintura José Paulo Ferro parte do que vê à sua volta para tentar recriar para os outros uma experiência da emoção que o “espectáculo do mundo” * lhe produz. O que nesta exposição chamou desenho contínuo é, afinal, um contínuo de desenhos em que a natureza, especialmente as árvores e as nuvens, alimentam o seu desejo de também criar e partilhar beleza e perfeição.
Nas palavras do artista parafraseando David Byrne:
“Here are the drawings that I made, were I am”.
* “Sábio é o que se contenta com o espectáculo do mundo”, escreveu Ricardo Reis.
José Paulo Ferro
José Paulo Ferro nasceu em Alcobaça em 1955. Frequentou a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa tendo feito o Bacharelato em Design e a Licenciatura em Artes Plásticas/ Pintura. Foi aluno e monitor do Instituto Português de Fotografia e foi professor de Artes Visuais nos ensinos básico e secundário entre 1976 e 2021.
José Paulo Ferro, NOV. 2023
A exposição de José Paulo Ferro (Alcobaça, 1955) resulta de um encontro de dois ciclos do seu trabalho que, em parte, puderam ser vistos em Guimarães em 2004 e 2009 sob os títulos “A Solidão das Árvores” e “Excuse Me While I Kiss the Sky,” na Galeria Gomes Alves. Estes trabalhos, realizados desde os anos 90 do Séc. XX, permitiram-lhe fazer agora uma espécie de arqueologia que resultou no reencontro com os desenhos que levaram à construção do contínuo que vai ser exposto na parede maior da galeria, formando uma antologia do seu trabalho de desenho nos últimos 30 anos.
Os desenhos mais recentes, ainda céus como em 2009, mas também sofás, devem bastante às quarentenas da pandemia de Covid 19, aos isolamentos nos sofás de nossas casas e à recuperação desses outros écrans que são as janelas que, no seu caso, lhe permitiram ver tantos e tão desafiantes céus.
Passada a pandemia entrou a Humanidade(?) numa série de guerras que lembram algumas frases dos poemas de David Byrne usadas nalguns desenhos que integrarão a exposição como: “It´s okay to be afraid” ou “the sound of gun-fire, of in the distance, I´m getting used to it now”, escritas há mais de 30 anos, mas com uma actualidade que permanece evidente e triste.
Através do desenho, da fotografia ou da pintura José Paulo Ferro parte do que vê à sua volta para tentar recriar para os outros uma experiência da emoção que o “espectáculo do mundo” * lhe produz. O que nesta exposição chamou desenho contínuo é, afinal, um contínuo de desenhos em que a natureza, especialmente as árvores e as nuvens, alimentam o seu desejo de também criar e partilhar beleza e perfeição.
Nas palavras do artista parafraseando David Byrne:
“Here are the drawings that I made, were I am”.
* “Sábio é o que se contenta com o espectáculo do mundo”, escreveu Ricardo Reis.
José Paulo Ferro
José Paulo Ferro nasceu em Alcobaça em 1955. Frequentou a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa tendo feito o Bacharelato em Design e a Licenciatura em Artes Plásticas/ Pintura. Foi aluno e monitor do Instituto Português de Fotografia e foi professor de Artes Visuais nos ensinos básico e secundário entre 1976 e 2021.
Ao longo de 2024, a Sociedade Martins Sarmento (SMS) estuda e expõe em detalhe peças do seu acervo museológico, com o objetivo de partilhar um pouco da história dessas coleções.
A peça em destaque do mês de fevereiro é o Saltério do séc. XVIII, fabricado no Brasil.Esta peça poderá ser visitada no nosso espaço de terça a domingo das 10h00-12h30 e das 14h30-17h30.
Categoria Instrumentos Musicais
Subcategoria Cordofones (sem braço)
Nº Inventário Et-0237
Denominação Saltério
Fabrico Rio de Janeiro, Brasil
Autor António Martins Santiago
Marca Antonio Miz. S.TGº. Rio 1762
Época/Data Séc. XVIII / 1762
Altura 18 cm
Comprimento 85,8 cm
Material Madeira e metal
Localização Reserva Etnografia
Incorporação Oferta da senhora D. Maria de Freitas Aguiar Martins Sarmento em 1922
Descrição Instrumento de madeira em formato de trapézio e sem braço. O tampo harmónico possui duas rosáceas de pergaminho gofrado e pintado a ouro, com aplicação de pedra de vidro em tons vermelho e as cordas estão dispostas paralelamente ao longo do tampo harmónico. Possui noventa e oito cravelhas em ferro e cordas em aço, com 12 ordens de cordas quadruplas, mais 10 ordens de cordas quíntuplas. Contem ainda 2 cavaletes de madeira móveis seccionados. No fundo do instrumento existem quatro pés.
Este instrumento é guardado numa caixa em madeira, decorada com pintura floral, no interior em tons de vermelho onde possui uma pintura paisagística e no exterior em tons de azul.
Entre 1753 e 1756, António Martins Santiago atuava em Vila Rica como organeiro e construtor de saltérios. Em 1762 já estava estabelecido no Rio de Janeiro, expandindo as suas atividades a ponto de exportar os seus instrumentos para Portugal. São conhecidos instrumentos seus em museus de Guimarães (1762), Petrópolis (1765), Rio de Janeiro (1767), Lisboa (1769) e São Paulo (1775).
Este instrumento figurou, em junho de 1961, na Exposição Internacional de Instrumentos Antigos, integrada no V Festival Gulbenkian de Música e organizada em Lisboa, no Palácio Foz, pela Fundação Calouste Gulbenkian.
História O saltério é um instrumento da família das cítaras. O termo “cítara” é utilizado para denominar qualquer cordofone que possua cordas esticadas sobre o corpo do instrumento. Normalmente, o corpo é a própria caixa de ressonância e as cordas são esticadas acima dela, passando por cima de cavaletes. No saltério, especificamente, as cordas são fixadas por meio de cravelhas de madeira ou de metal.
Na antiguidade, o instrumento era utilizado pelos assírios, babilônios e egípcios, em rituais religiosos e profanos. Os hebreus utilizavam o saltério para acompanhar salmos nos cânticos sacros. Por volta do século XVII, o saltério do Oriente (qanun) chegou à Europa por meio da Espanha e influenciou a estrutura do saltério comumente utilizado no continente europeu entre os séculos XII e XV. Neste período, o saltério era utilizado tanto em ritos religiosos quanto em ritos profanos como danças e canções dos menestréis. Para tocar, o instrumentista apoia o saltério numa mesa ou sobre as pernas e dedilha as cordas com os dedos ou com um plectro. Outra técnica possível é percutir as cordas com baquetas.
Na Renascença, devido à difusão do uso do cromatismo, sistema que o saltério não tinha como atender, o instrumento perdeu espaço. No século XVI, o saltério deu origem a outros instrumentos: o dulcimer (onde as cordas são tocadas com martelos), o cravo (onde as cordas são pinçadas e acrescentou-se um teclado à estrutura do saltério) e a cítara (onde se acrescentaram trastes). No século XVIII, o instrumento voltou a tornar-se conhecido e muitos dos exemplares que chegaram até os dias de hoje são desse período, como o próprio exemplar do Museu. No século XX, o saltério foi utilizado principalmente na execução do repertório de música antiga.